"A terra tinha muitas cores - cores novas, quentes e brilhantes, que faziam a gente exaltar... Até que se visse o próprio Cantor. Então todo o resto seria esquecido."
Na primeira vez que li esse texto no livro O Sobrinho do Mago, do C.S Lewis, relatando a Criação de Nárnia, se revelou a verdadeira face da minha busca pelas coisas belas, essas que nunca chegaram a me satisfazer, apesar de preencher um pouco do espaço do vazio que se sente. A beleza se revelou como um rastro, como murmúrios baixos que se ouve de uma música que se escuta de longe, uma sugestão de algo que existe em alguma parte da existência, mas que flutua no imaginário. A essência da beleza e da virtude, o anseio pela justiça, a força que atrai para a luz e que revela, do lado oposto, a sombra daqueles que se dirigem em direção a essa fonte.
E até que se conheça o Cantor, continuaremos a entoar nossos cânticos, tentando reproduzir o mesmo som que ecoa desde a eternidade. E todas as vezes que fazemos sair nossa voz ou qualquer som de nossos instrumentos, toda música se revela como uma busca, uma pergunta, que parece ter como única resposta uma outra canção, que continuaremos a buscar, enquanto houver fôlego.
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